Sou a Ana, esposa e mãe de sete filhos…
8 de junho de 2020
por Ana Braga-Henebry
Olá amigos em Cristo,
Sou a Ana, esposa e mãe de sete filhos aqui na América do Norte, mas brasileira de coração. Moro aqui desde que vim estudar pós-graduação nos anos 80, conheci meu marido, casamos… e nunca voltei ao Brasil para morar—somente visitas. Educamos nossos filhos em casa, imersos na riqueza e sabedoria da fé católica. Hoje a mais novinha já tem dezenove anos e já cursa faculdade. Meu marido e eu somos imensamente gratos a Deus por ter nos guiado e nos providenciado tudo de bom que tivemos esses anos todos.
Estou muito contente de ter sido convidada para contribuir algo periodicamente aqui. Pretendo sempre olhar os comentários para engajar, e responder, mantendo um diálogo aberto e sincero, dentro dos ensinamentos da nossa querida Mãe Igreja. Já escrevo artigos sobre a vida da família católica aqui há mais de dez anos, e dou palestras e entrevistas também. Louvado seja Deus quando vemos que existe verdadeira sede na nossa sociedade rumo a uma vida de família estável, cheia de sacrifício, amor e obediência a Deus—uma vida que conduz verdadeira felicidade.
Gosto muito de contar histórias da nossa vida, e são tantas. Para a estreia da minha “coluna” nesse blog, conto aqui uma história de um acontecimento bem recente, mas que nos leva a mais de duas décadas atrás.
Durante a quarentena do Coronavírus, com muito tempo em casa, eu embarquei num projeto que queria acabar há anos, mas não achava tempo: o de digitalizar meus antigos álbuns de retrato da família e postá-lo no meu blog pessoal, para que todos meus filhos, amigos e netos, que moram tão longe, possam acessar a qualquer hora as antigas fotos e lembranças.
Essa semana passada, eu estava folheando e digitando um álbum do ano de 1998, cheio de retratos, cartões e lembranças. Numa página, realçado, estava um cartãozinho feito em casa por mamãe, escrito na linda letrinha dela, me parabenizando pela gravidez de nossa sexta criança. Mamãe usava santinhos antigos de uma caixa que ela tinha guardado desde menina para fazer cartões de natal, de aniversario, ou qualquer ocasião significativa. Eu ia virar a página quando as palavras dela como que pularam no ar, me chamando a atenção:
“Seja bem-vindo, meu netinho!
Que Deus o abençõe desde já, ainda no seio de sua mãezinha.
Que Ele a abençoe também, e a ajude a trazê-lo ao mundo para a Sua Gloria e para a felicidade de seus pais e irmãozinhos,
e também de sua,
Vovó Lucia”.
Que palavras lindas! Aquela gravidez foi muito difícil, tempo de transição para a gente, e minha saúde não estava muito boa. Depois do nascimento da criança também foi um tempo longo de saúde ruim e recuperação…. Eu não lembrava desse cartão, escrito ainda antes de sabermos se era menino ou menina… e fui dar uma olhada no santinho: mamãe tinha escolhido um santinho antigo, alemão, uma gravura simbolizando a Natividade Nossa Senhora, com as letras M-A-R-I-A em cima. (Veja figura).
Eu fechei o álbum devagarzinho, os olhos marejados, com a alma como que parada entre o céu e a terra… essa criança nasceu uns seis meses depois desse cartão ser escrito, contendo aquela oração tão sincera e generosa: nossa filhinha, nosso bebe mais frágil e pequenininho, nossa linda menina a quem demos o nome de MARIA… e ela nos foi, a nós pais, e a seus irmãos, desde os primeiros anos de vida, fonte de imensa alegria, vendo ela crescendo nas virtude e no amor a Deus, uma menina profundamente religiosa e atraída a tudo o que é de valor eterno, e virado para o bem.
Eu fechei o álbum devagarzinho, os olhos marejados, com a alma como que parada entre o céu e a terra… essa criança nasceu uns seis meses depois desse cartão ser escrito, contendo aquela oração tão sincera e generosa: nossa filhinha, nosso bebe mais frágil e pequenininho, nossa linda menina a quem demos o nome de MARIA… e ela nos foi, a nós pais, e a seus irmãos, desde os primeiros anos de vida, fonte de imensa alegria, vendo ela crescendo nas virtude e no amor a Deus, uma menina profundamente religiosa e atraída a tudo o que é de valor eterno, e virado para o bem.
Tanto como na oração profética da avó no cartão, ilustrado com o a gravura de Maria na festa de sua Natividade, a nossa Maria, ano passado, entrou para a vida religiosa, deixando o mundo e seus atrativos para trás, para viver inteiramente para Cristo e seu serviço—e sua entrada foi escolhida para acontecer justamente… no dia da festa da Natividade de Maria.
O que vale a oração cheia de fé de uma avó!
Louvado seja Deus, Senhor de Infinito Amor e Sabedoria!
Até a próxima!
Ana Braga-Henebry
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